depois de muitos dias sem postar nada resolvi escrever mais uma parte da minha história.
Hoje fiquei feliz comigo mesma, pois antes de começar a escrever mais um capítulo, fui ler o primeiro, e para minha surpresa, consegui ler sem chorar, uma vitória. Também corrigi alguns erros ortográficos, confesso que mesmo sendo uma professora, ortografia não é meu forte, mas vou tentar, me desculpem se passar alguns erros.
Depois do sepultamento fomos para casa da minha mãe, pois como foi tudo muito rápido e ele partiu em um dia atípico (dia dos mortos), muitos amigos que estavam à caminho do cemitério não conseguiram chegar e foram pra lá para nos confortar. Foi um dia longo, mais receber o carinho de todos foi muito importante, nos fortaleceu. No final da tarde fomos para nossa casa, não via a hora daquele dia terminar, mas também não gostava de imaginar como seria o novo dia, pois estaria sem meu filho. O que fariamos com todas as coisas materiais que mandamos fazer para ele com tanto carinho, o quarto que pintamos para sua chegada, o berço que nós mesmo montamos, todos os detalhes que foram colocados com todo amor e carinho.
O que fazer com tudo aquilo???
Eu e meu marido estavamos exaustos, porém decidimos que iriamos guardar tudo, que não dariamos nada, apenas desmontar algumas coisas e guardá-las. Ele ficou meio na dúvida, pois tinha receio deu ficar abrindo as gavetas e ficar olhando para as roupinhas e ficar chorando, ele tinha muito medo que eu parasse de viver. Mesmo assim ele concordou com tudo.
No outro dia desmontamos tudo, berço, carrinho, decoração, aquilo foi muito doloroso, mas era necessário, acredito que eu sofreria muito mais vendo tudo aquilo ali montado sem ter o Miguel para desfrutar de tudo que compramos com todo amor e carinho. Afinal de contas tudo aquilo era para ele, e ele já não estava mais aqui, então não fazia sentido ficar com todos aqueles objetos montados, embalamos tudo e levamos para casa da minha mãe.
No livro que eu estava lendo falava sobre os bens materiais, lá fala que é preciso desapegar, podemos deixar por um tempo para o ente querido que partiu não sentir tanta dor, esperar um pouco para desmontar, mas como ele nem chegou a conhecer o seu quartinho, fiz isso o mais rápido possível, pois do contrário eu sofreria maise mais.
Às vezes entro lá, abro algumas gavetas, pego algumas roupinhas e fico imaginando como ficaria nele, fico ali sentindo o cheirinho, mas não fico me martirizando, logo guardo tudo e penso que onde ele estiver ele está bem e olhando por mim e não gostaria de me ver ali sofrendo, chorando e sim feliz e de de bem com a vida e com Deus.
Guardei sim as todas as coisinhas dele. Por que???
Vamos esperar eu engravidar novamente, saber qual o sexo do bebê, para depois decidirmos o que vamos fazer definitivamente com todas as coisas.
Espero com muita fé ter um bebê lindo cheio de saúde, se pudesse escolher, gostaria que fosse outro menino, mas a única coisa que peço a Deus é que seja uma criança com muita saúde não importa o sexo.
Amigos esse meninão ai é o nosso Miguel!! Ai filho que saudade de você!!
